PORTO, A “MUI NOBRE E INVICTA CIDADE” – DA SÉ À RIBEIRA

No largo da Sé e Paço Episcopal vê-se o Pelourinho da Sé e uma estátua equestre de Vimara Peres, fundador da terra portugalense. Teve uma importante contribuição na conquista do território aos Mouros, restaurando a cidade de Portucale no ano de 868.

A partir da Sé, o Porto Medieval estende-se pela encosta abaixo, como cascata de São João, até ao Rio Douro.

Descem-se As Escadas das Verdades, localizadas por detrás do Paço Episcopal e localizadas no Bairro da Sé vão descendo, até ao Barredo. “Por estas escadas subiram e desceram gentes desde o tempo do Conde Vimara Peres. Degraus abertos entre pedras, assim como o casario que forram empurrando as penedias ou se acomodaram entre as mesmas” (José Saramago in. Viagem a Portugal, ed. Caminho,1985).

 Passa-se através do Arco dos Canastreiros e chega-se ao Bairro do Barredo. Não se pode deixar admirar o acordo entre o granito e as cores com que as casas são pintadas – ocres vermelhos ou amarelos e os castanhos profundos. Mais para cima a Rua Escura. De todas as casas da Rua Escura pendem roupas a secar, dando um colorido que ilumina a própria rua.

 A encimar a Rua a interessante Fonte do Pelicano deve ser apreciada. Esta fonte que encima a rua Escura, encostada ao murete do Largo da Sé, no dizer de José Saramago, na mesma obra já citada, a Fonte do Pelicano é uma obra “singular. Tem no alto um pelicano em atitude de arrancar a própria carne do peito. Da bacia superior sairia a água por quatro carrancas que mal sobressaem no contorno da pedra. Essa bacia é sustentada por duas figuras de criança, de meio tronco, que irrompem de dentro do que parece uma corola floral…é indiscutível a expressão ameaçadora das duas figuras de mulher, também de meio tronco, assentes em estípites, segurando cada uma a sua urna… No peito do pelicano há um orifício: dali manava a água. Os três filhos do pelicano, em baixo esboçados, padeciam da eterna sede.”

Descendo todas aquelas escadas, chega-se ao Rio onde o atraente Bairro da Ribeira nos aguarda e permite tomar um café numa das esplanadas da Monumental Praça da Ribeira, modernizada por uma escultura “O Cubo de Ribeira”. As esplanadas, viradas para o Douro, dão-nos a oportunidade dum merecido descanso depois da descida de tantos degraus.

Da “Mui Nobre e Invicta” Cidade do Porto, muito, mas muito mais haverá que ser dito e mostrado. Os seus muitos Bairros Históricos, os seus Monumentos, os seus Jardins, os seus Museus, os seus Ilustres Naturais.

Sem dúvida que a Cidade se orgulha de ser a cidade natal do Infante D. Henrique “O Navegador”, que a Portugal tantos outros novos mundos deu.

Para não enfadar quem nos lê, vou derivar estas viagens, voltarei à Cidade do Porto mais tarde.

Proponho uma subida pelo Rio Douro acima e visitar uma linda vila de Trás-os-Montes, última localizada no Douro Internacional, onde ainda o Douro constitui fronteira natural entre Portugal e Espanha. Logo mais abaixo, caprichosamente, ele faz uma curva em Barca D’ Alva e entra em território nacional.